O setor da Pedra Natural tem tido um percurso excecional ao longo dos últimos anos. A diversidade de matérias, tecnologia altamente avançada e uma forte cultura relacional e comercial são alguns dos fatores que colocam Portugal no Top 7 Mundial. Contudo, existem desafios atuais muito exigentes e que dificultam esta evolução muito positiva. Os elevados custos de contexto decorrentes das crises energéticas, logística e de mão de obra são os maiores fatores de bloqueio ao desenvolvimento e à competitividade do setor.

Assim, um dos desafios prende-se com a melhoria da eficiência energética e o foco em modelos de negócio mais inovadores, para tentar mitigar estes custos. Paralelamente, é necessário por parte do Governo, a adoção de medidas de apoio à indústria, designadamente a possibilidade de utilizar gasóleo colorido, à semelhança dos principais países concorrentes, Espanha e Itália.

Atualmente, as exportações portuguesas contam com 70% de produtos de produtos de pedra natural processados e altamente processados, para 30% em bloco ou pouco processados. A tendência será de continuidade na especialização em obras por medida, totalmente personalizadas e para produtos/projetos altamente complexos, que irão valorizar cada vez mais a Pedra Natural Portuguesa.

Com vista ao desenvolvimento tecnológico e económico do setor, está em desenvolvimento uma Agenda Mobilizadora ao PRR do setor: “SUSTAINABLE STONE BY PORTUGAL”, englobando parceiros estratégicos, desde empresas, entidades de I&D e associações, entre outros, e que pretende trazer novas oportunidades para o setor dos recursos minerais e contribuir para uma nova geração de conhecimento e de inovação na indústria.

A 18 de julho de 2022 foi assinado, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros Sr. João Gomes Cravinho, o contrato de expansão do Complexo Petroquímico da Repsol localizado em Sines. Este projeto conta com um investimento global de 760 Milhões de euros, na sua maioria em capital e tecnologia, com enorme output e valor acrescentado, que fomentará a criação de riqueza, produção e emprego de Norte a Sul do país.

O projeto vai construir 2 fábricas que vão utilizar o etileno e propileno produzidos e comummente exportados, transformados. O etileno em polietileno de alta densidade (usado em tubagens, embalagens de plástico para higiene ou produtos alimentares ou películas) ou em polietileno de baixa densidade (usado em espumas, cabos elétricos).

É expectável que a empresa aumente assim a sua produção até 850.000 toneladas por ano, com uma estimativa de 310.000 toneladas a ser exportadas através do porto de Sines, 220.000 toneladas para Espanha e 220.000 para o resto da Europa, sendo 100.000 toneladas usadas em Portugal.

Não só se irá testemunhar um aumento nas exportações como, com as novas fábricas, se passará a produzir 2 produtos que anteriormente eram importados. Espera-se que o projeto de expansão do Complexo Petroquímico em Sines arranque no 1.º trimestre do próximo ano e esteja concluído no início de 2025.

• Registo de Pedido de Auxílio – SI I&DT
• Registo de Pedido de Auxílio – SI Inovação Produtiva

• Regenerar e Valorizar Territórios – Incêndios 2022

• Descarbonização da Indústria – Abertura prevista para novembro/dezembro 2022
• Produção de gases de origem renovável - Abertura prevista para março 2023

• Innovation Fund – Small Scale Projects – Abertura prevista em Novembro

Ao longo dos anos tem-se assistido a uma consciencialização global acerca da importância da minimização em larga escala dos riscos, ambientais e sociais, decorrentes das atividades extrativas e transformadoras de bens minerais e da otimização da sua recuperação e reciclagem.

Nesse âmbito, destacam-se os novos princípios da União Europeia para a Sustentabilidade das matérias-primas, que visam a uniformização dos conceitos de operações de extração e transformação sustentáveis, bem como a definição de uma orientação geral rumo aos princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas de natureza:

• Social (direitos humanos e laborais, envolvimento de stakeholders, saúde e segurança);
• Económica e boa Governança (Integridade comercial, transparência, idoneidade e contributo económico mais alargado);
• Ambiental (gestão ambiental justa e atenuação de impactos).

Neste contexto, introduz-se o modelo do Setor da Pedra Natural Portuguesa, suportada em projetos colaborativos, como o Stone 4.0 Age que permitem, o sucesso da implementação de atividades inovadoras e de metodologias de produção mais eco-eficientes e da circularidade dos rejeitados minerais (resíduos) noutros processos industriais, alicerçadas por importantes políticas favoráveis ao seu desenvolvimento (e.g., Plano Regional de Ordenamento do Território na Zona dos Mármores de Extremoz e áreas de Intervenção Específica do Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros).

A produção de resíduos representa um dos principais constrangimentos, quer na componente extrativa, quer na transformadora, e daí o desafio da sua valorização. Assim, um dos principais objetivos é encontrar alternativas ambientalmente sustentáveis para a valorização de resíduos e para a sua circularidade em vários tipos de produtos cerâmicos, culminando numa avaliação de ciclo de vida e subsequente categorização como matéria-prima secundária.

De acordo com dados referentes a julho de 2022, o setor dos recursos minerais mantém a tendência de crescimento. Nos primeiros 7 meses de 2022, o volume de exportações do setor foi superior a 300 M€, o que corresponde a um crescimento de 17,2% face a 2021.

Seguindo os padrões do ano anterior, continua a existir um equilíbrio entre os mercados Intra e Extra União Europeia. Por sua vez, o OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) e PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) sofreram uma queda face a 2021 (uma variação negativa de 8,82% e 6,31% respetivamente).

Dentro da Europa, França ocupa a 1.ª posição de maior volume de exportações (56M€), seguindo-se a Espanha (34M€) e Alemanha (24M€), contribuindo com 18%, 11% e 8% a nível mundial, respetivamente. Fora da UE, lideram a China (41M€), Reino Unido (17M€) e Estados Unidos da América (16M€), contribuindo com 13%, 5% e 5% respetivamente. Estes 6 países representam, no seu total, 60% das exportações.

A nível de crescimento de volume de negócios, o Líbano estava na frente, com 297% (1M€ e 4 mil toneladas), seguindo-se o Israel com 193% (934 mil€ e mil toneladas).

Relativamente ao preço por tonelada, a Gâmbia apresenta um valor de 20 mil €, seguida dos Estados Unidos da América e Canadá, ambos com um preço por tonelada de mil euros. A nível de variação percentual, face ao ano de 2021, Líbano estava na frente, com uma variação de preço/tonelada de 173%. Em 2.º e 3.º lugares temos Israel (113%) e Vietname (87%).

A Julipedra, empresa fundada em 1981, é especializada nas peças feitas á medida para o exigente mercado das luxuosas propriedades de áreas residenciais turísticas, entre as quais o exclusivo resort “Quinta do Lago” no Algarve. Desde 2009 que a Julipedra faz parte do estrito leque de empresas premiadas com o título PME Líder.

A empresa Beneditense viu o seu projeto Estratégia Diferenciadora de Marketing para Exportação em Segmentos de Alto Valor Agregado aprovado, que tem como objetivos:

1. Contínuo desenvolvimento técnico e tecnológico para aumento de capacidade em quantidade no fabrico de produtos em pedra de alto valor agregado;
2. Aumentar a flexibilidade de fabrico para fornecimento de soluções complexas totalmente customizadas em rocha natural;
3. Potenciar um maior caráter ecológico da instituição, em particular pela valorização de desperdícios numa lógica de economia colaborativa com outras pedreiras regionais;
4. Dinamizar o departamento comercial.

Com vista ao reforço da competitividade das PME, este projeto é cofinanciado pelo CENTRO2020 e obteve um apoio FEDER de 144.139,50€.

O CVR (Centro para a Valorização de Resíduos), localizado em Guimarães, é um centro de Tecnologia e Inovação, que recentemente, viu aprovado o projeto Wast’Awarendess - Transferência de Tecnologia na Valorização de Resíduos e Sustentabilidade.

O projeto visa garantir a transferência de tecnologias ready-to-market e de resultados de investigação para empresas das regiões Norte, Centro e Alentejo, aumentando a sua competitividade. As diferentes tecnologias, com aplicabilidade no mercado, irão apoiar setores estratégicos da indústria, tal como Têxtil, Calçado, Agroalimentar, Extração e Mineração, Metalomecânica e Metalurgia, Gestão de Resíduos e Tratamento de Águas.

Os principais objetivos são a promoção da aproximação das empresas às instituições de produção de tecnologias e inovação e a sua capacitação para apostar em IDI, como forma de aumentar a sua competitividade.

O projeto Wast'Awareness é cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio às Ações Coletivas (SIAC) e envolve um investimento elegível de 387 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de 329 mil euros.

Entre 26 e 29 de setembro, a STREAM esteve em Verona - Itália, de visita à principal feira mundial da cadeia produtiva da pedra: a Marmomac.

A Marmomac é considerada hoje o principal hub internacional dos protagonistas do setor, um local ideial para o desenvolvimento empresarial e profissional, privilegiando também a inovação e formação nos mais diversos pontos. Do evento deste ano, a STREAM destaca a discussão dos seguintes temas:

• Escultura em pedra na era digital: vantagens e desvantagens de sua evolução;
• Upcycling de móveis: o futuro do reaproveitamento e reutilização | Marca&Pedra 4.0;
• Ética Lítica: sustentabilidade como valor transversal no campo do design;
• A Indústria de Pedras Naturais em tempos de turbulência e incerteza | O que uma empresa de pedra pode fazer para se tornar neutra em carbono?

• Moldplás: 9-12/11/11 | Batalha, Portugal
• India Stonemart: 10-12/11, Jaipur, India
• Arquipedra: 23-25/11, Madrid, Espanha
• Pedra do Oriente Médio, 05-08/12, Dubai, Emirados Árabes Unidos
• StoneExpo, 31-01/02-02, Las Vegas, EUA