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Newsletter nº 12 | dezembro 2022 | Têxtil e Calçado
 
 
Notícias
Grandes cadeias aderem ao negócio florescente da roupa em segunda mão
 

O interesse em prolongar a vida útil das roupas, em nome da sustentabilidade, tem vindo a crescer em Portugal, bem como a sua compra em segunda mão. Grandes superfícies, como Auchan ou Continente, já contam com espaços específicos para a venda deste tipo de roupas.

O grupo SONAE, em parceria com a portuguesa Retry, conta com 2 espaços - um em Lisboa (Colombo) e outro em Vila Nova de Gaia (GaiaShopping) -, designados por [RE]Style, prometendo já em 2023 um plano de expansão para mais lojas.

A empresa Retry opera em Guimarães na compra e venda de vestuário em segunda mão, cujo processo passa por receber os artigos, selecionar e assegurar a sua higienização (sendo requisitos básicos a roupa estar em bom estado, sem nódoas e com etiquetas no interior intactas) e posterior venda à consignação.

A venda destes artigos foi em parte impulsionada pela imagem das lojas Continente “uma marca de confiança das famílias portuguesas”, que ao mesmo tempo ajudou a desmistificar e impulsionar a compra online de artigos em segunda mão, aumentando assim a economia circular. A empresa Retry garante que vendeu 6 toneladas de roupa nos últimos 2 anos, e tem expectativas de expansão para outros países. A opção de compra pode ser feita através do site da Retry ou nos espaços físicos da [RE]Style.

Outra parceria de destaque é a entre a MyCloma e o grupo Auchan. Em novembro de 2020, foi inaugurado o primeiro espaço ReUse no Marshopping (Matosinhos). Atualmente, já se encontram 10 espaços espalhados por todo o país e prevê-se mais 8 aberturas em 2023.

A nível de requisitos para aceitação da roupa em segunda mão são: roupa previamente lavada, sem manchas, borboto, rasgões ou odores. A opção de compra pode ser feita nos espaços físicos da ReUse ou através do site da MyCloma, que conta com cerca de 4 mil vendedores registados, dando vida a mais de 50 mil peças.

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Banco de Portugal prevê que Portugal cresça o triplo da zona euro, mas inflação ainda perto de 6% no próximo ano
 

O Banco de Portugal aponta para um crescimento de 1,5% em 2023, o que corresponde ao triplo da previsão do BCE para a zona euro. Já a inflação cifra-se em 5,8% em 2023 (menos do que os 6,3% da zona euro), depois dos 8,1% de 2022.

“A incerteza em torno da projeção é elevada, com riscos descendentes para a atividade e ascendentes para a inflação“, reconhece o Banco de Portugal. O principal risco decorre de repercussões mais adversas da invasão da Rússia à Ucrânia, como a possibilidade de interrupções no abastecimento de gás (que, por sua vez, leva a cortes na produção e subidas de preços).

Prevê-se uma estabilização da taxa de desemprego entre 2022 e 2025, em 5,9%, decorrente da situação atual de pleno emprego e dos baixos níveis de desemprego.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno refere que “Este é o momento para reduzir o défice e a dívida”, com expectativas de que em 2025 a dívida seja inferior a 100% e mais baixa que em 2010.

A nível do consumo privado espera-se um aumento de 0,2%, já as exportações irão dar um impulso menor do que o previsto em junho de 2022. O crescimento esperado em 2023 é de 4,3%, o que quando comparado com o aumento de 17,7% em 2022 é uma grande desaceleração.

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Avisos abertos
Compete 2020
 

PRR
 

Internacionais
 


Pode consultar outros avisos abertos aqui
 
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Nova estratégia de sustentabilidade da Mango adota rigorosos sistemas de medição
 

Atualmente, a cadeia de moda Mango, utiliza, por exemplo, ferramentas da aliança internacional Sustainable Apparel Coalitiom (SAC) para medir o impacto das suas atividades, e o EIM Score (Software Enviromental Impact Measuring), para calcular o impacto dos produtos de ganga, no sentido de trabalhar para reduzir o consumo de água nos seus processos operacionais.

A empresa apresentou uma nova estratégia de sustentabilidade, que promove a adoção de sistemas de medição mais exigentes, em conciliação com os principais padrões de rigor do mercado, traçando novos objetivos até 2030. Esta nova estratégia foi materializada no guia “Sustainable Vision 2030”, que tem por base 3 grandes pilares:

  • Committed to Product (Comprometidos com o produto);
  • Committed to Planet (Comprometidos com o planeta);
  • Committed to People (Comprometidos com as pessoas).

Segundo o diretor global da sustentabilidade e sourcing da marca espanhola Andrés Fernández, esta estratégia “pretende guiar a Mango na próxima fase do caminho para uma indústria têxtil mais sustentável e comprometida”.

Até 2030, a Mango compromete-se que 100% das fibras utilizadas nas suas peças de roupa sejam mais sustentáveis ou recicladas, tendo sido criado um objetivo intermédio, em que até 2025, 100% do algodão utilizado seja de origem sustentável, 100% do poliéster seja reciclado e 100% das fibras celulósicas sejam de origem controlada e rastreável.

Em 2050, a empresa espera chegar às zero emissões líquidas. Para conseguir este objetivo, mantém as suas metas intermédias para 2030, ou seja, redução de 80% das suas emissões diretas de gases com efeito de estufa (GEE) de âmbito 1 e 2 (emissões diretas e indiretas, respetivamente), e redução de 35% das suas emissões de GEE de âmbito 3 (emissões indiretas não incluídas no âmbito 2).

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Wilding Shoes: Um caso de estudo
 

Em 2015, foi fundada uma empresa referência na indústria mundial de calçado: a Wilding Shoes, que se destaca das restantes do setor pelas características sustentáveis dos seus produtos.

Tudo começou com a ideologia de fazer um sapato que encaixasse “como uma luva” nos pés dos mais pequenos. O resultado foi um sapato minimalista, composto maioritariamente por materiais ecológicos, robustos e duráveis, focado na experiência da caminhada e na saúde geral do utilizador.

Além do foco na sustentabilidade, a empresa também deixa o seu contributo em outros temas, como as pessoas, o ambiente e até a forma de fazer negócios, sendo uma das suas prioridades apoiar projetos de renaturação e reflorestamento e o cultivo de matérias-primas sustentáveis.

Após conseguir encontrar parceiros para criar o design do sapato, foi em Portugal que estabeleceram a fabricação. A escolha deveu-se não só à ligação dos fundadores com o país, como ao ambiente da indústria portuguesa, principalmente na apreciação dos negócios familiares e cumprimento dos requisitos legais em matérias de direitos e proteção laboral e ambientais.

Outro foco de diferenciação são as pessoas. A Wilding Shoes emprega cerca de 270 pessoas, na sua grande maioria mulheres e pais jovens, com trabalho 100% digital. Não obstante, são disponibilizados espaços para pequenas reuniões de equipa, bem como “treinos de resiliência”, treinos de 6 semanas destinados a ajudar todos os funcionários a lidar com diversas questões, como por exemplo, problemas de saúde mental (ex. depressão e esgotamento).

Sendo um produto de elevado valor, com produção de alta qualidade e dispendiosa, o negócio é feito diretamente com o consumidor, através da utilização de vários canais de comunicação digitais, como as redes sociais, um blog e uma newsletter.

Ao nível do futuro, a criadora da marca diz-se incapaz de fugir aos grandes desafios atuais, nomeadamente mudanças climáticas e injustiça social. “Todos nós precisamos de fazer parte de uma solução e não continuar a ampliar este problema que criamos juntos. Precisamos de abrir os olhos para os problemas que estamos a criar globalmente, tanto social, como ambientalmente.”, relata a fundadora da Wilding Shoes, Anna Yona.

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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
GreenShoes 4.0
 

Este projeto mobilizador, designado GreenShoes 4.0 - Calçado, Marroquinaria e Tecnologias Avançadas de Materiais, Equipamentos e Software, com início em junho de 2020, tem como equipa responsável a ONOFRE – Conceição Rosa Pereira & CA, Lda e conta com diversos parceiros, tais como Instituto Politécnico de Bragança, Carité – Calçados, Lda., CTCP – Centro Tecnológico do Calçado em Portugal, Floewmat – Sistemas Industriais, Lda., entre muitos outros.

O projeto tem como objetivo estabelecer Portugal como uma referência mundial para o consumidor e para as indústrias deste setor, pela diferenciação, criatividade e valor, impulsionando as exportações nacionais alicerçadas numa base produtiva forte, sustentável e globalmente competitiva, apoiada em conhecimento técnico-científico. Para tal, o projeto assenta nas seguintes áreas de I&D como estratégicas:

  • Novos conceitos de negócio, calçado e marroquinaria “costumer-driven” na economia verde circular e digital;
  • Couros, polímeros e componentes para o calçado e a marroquinaria do futuro;
  • Novas tecnologias e digitalização de toda a cadeia de valor do cluster: consumidor, materiais & componentes, tecnologias, calçado & marroquinaria e o retalho online & físico.
  • O projeto é cofinanciado pelo COMPETE 2020, com intuito de Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação, envolvendo um investimento previsto em 4 M€, que resultou num incentivo FEDER de 3 M€.

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Sustainable Fashion From Portugal: Fashion Industry’s New Chic
 

Sustainable Fashion From Portugal: Fashion Industry’s New Chic visa o aumento das exportações da ITV portuguesa (Indústria Têxtil e Vestuário), através do fortalecimento da digitalização dos processos de promoção e Marketing desta indústria, bem como reforço de temas como a sustentabilidade e a economia circular.

Entre outros, os objetivos estratégicos deste projeto são:

  • Promover a imagem das empresas da fileira da moda e do setor Têxtil e Vestuário Português em contexto internacional, associando-a a uma imagem de sustentabilidade e responsabilidade social, com impacto ao nível do aumento do seu volume de negócios internacional e, consequentemente, na sua competitividade;
  • Diminuir as assimetrias de informação para melhorar o posicionamento das empresas portuguesas face às suas congéneres internacionais;
  • Promover a moda nacional em mercados globais onde imperam os conceitos de sustentabilidade;
  • Assegurar a sustentabilidade como fator de diferenciação, em contextos competitivos e perante consumidores cada vez mais exigentes;
  • Permitir que as empresas da ITV Portuguesa sejam capazes de gerar valor económico, social e ambiental.

Tendo a ATP - Têxtil e Vestuário de Portugal como entidade beneficiária, o projeto conta com um apoio financeiro FEDER de 628 mil euros e um custo total elegível de 739 mil euros.

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EVENTOS & DIVULGAÇÃO
Atividade STREAM/ “6 Thinking Hats”
 

No passado dia 9 de dezembro, a STREAM realizou uma sessão de partilha/debate de ideias e conhecimentos, através da aplicação da metodologia “6 Thinking Hats”.

Para esta atividade, cada pessoa a que foi atribuído um chapéu, deve contribuir na análise e discussão das ideias propostas. Cada chapéu tem a sua função no debate, nomeadamente:

  • Verde – Gerar novas ideias, pensamento criativo
  • Branco – Factos e informação
  • Vermelho – Sentimentos, emoções e intuição
  • Amarelo – Visão positiva, benefícios
  • Preto – Cauções, julgamento crítico
  • Azul – Resumo, organização e conclusões.
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PRÓXIMOS EVENTOS
 
  • MICAM Milano: 09-22/02 (2023) | Milão, Itália
  • Sewing & Stitchery Expo 2023: 01-05/03 (2023) | Washington, EUA
  • Heimtextil 2023: 10-13/01 (2023) | Frankfurt, Alemanha
  • Milano Única January 2023: 31-01/02-02 (2023) | Milão, Itália
  • Texworld: 06-08/02 | Paris, França
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