O Pacote Energia para Avançar, divulgado no Conselho de Ministros de 15-09-2022, contém medidas extraordinárias de apoio às empresas no valor de 1 400 M€, visando fazer face ao aumento dos preços da energia e mitigar os efeitos da inflação decorrentes do atual contexto geopolítico. De seguida, destacam-se as principais medidas:
- Programa Apoiar as Indústrias Intensivas em Gás
Reforço do programa Apoiar Gás, apoio alargado à indústria transformadora e agroalimentar, de 160 M€ para 235 M€. Esta medida será executada após a aprovação pela Comissão Europeia.
O apoio que existia de 400 000€ vai passar a 500 000€ (por empresa e não por unidade industrial), sendo que a taxa de apoio passa de 30% para 40% sobre a Despesa Elegível, apurada considerando o que as empresas pagam este ano comparado com a média do ano anterior. De notar que, para se candidatarem, as empresas têm de ter um custo 2x superior.
Todas as empresas que entraram no programa Apoiar Gás podem ter acesso a retroativos dos aumentos verificados:
- Até 2 M€, para todas as empresas que, neste contexto, tenham custos expressivos;
- Até 5 M€, desde que seja para a manutenção da atividade industrial, isto tem a ver com empresas com custos excessivos e que estão em risco de parar (com perdas de exploração/operacionais a apurar através do EBITDA negativo).
- Linha de resposta ao aumento dos custos
Linha de crédito no valor de 600 M€ (garantia mútua, com prazo de 8 anos e carência de 12 meses) para as empresas afetadas por perturbações, quer nos preços da energia ou das matérias-primas, quer nas cadeias de abastecimento. Esta linha de crédito será operacionalizada pelo Banco de Fomento, abrangendo todos os setores e com execução a partir da 2ª quinzena de outubro. O limite de financiamento é definido tendo em conta a dimensão da empresa.
- Acelerar a eficiência e a transição energética
A descarbonização é absolutamente determinante para assegurar o futuro e competitividade das empresas. Assim, a partir de 1 de outubro, vai ser disponibilizada uma linha de cerca de 290 M€, onde 250 M€ serão geridos pelo IAPMEI e destinados ao setor industrial e 40 M€ para o setor agroalimentar, na ótica da descarbonização (ex. C11 do PRR) e eficiência energética (ex. C13 do PRR – Comunidades Energéticas de Autoconsumo).
Entrarão em vigor, de forma imediata, as seguintes medidas:
- Suspensão temporária do ISP e da taxa de carbono sobre o gás natural utilizado na produção de eletricidade e cogeração;
- Majoração de IRC em 20% dos gastos com: eletricidade e gás natural;
- Prorrogação do mecanismo de Gasóleo Profissional Extraordinário (GPE) até final do ano.
Por fim, serão ainda reforçados apoios de promoção do emprego ativo através de formação qualificada de trabalhadores, no valor de 100 M€, e da internacionalização das empresas, no valor de 30 M€, entre outras medidas.
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