Segundo divulgação da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), e em linha com as previsões da Comissão Europeia para a evolução do investimento em construção, prevê-se que em 2023, o setor da construção dê continuidade ao importante contributo para a evolução da economia nacional, com a produção total, em termos reais, no ponto médio do intervalo de previsão, a crescer 3,4% e a situar-se, em valor, nos 21.782,5 milhões de euros.
No ano passado, segundo informação de conjuntura da AICCOPN, assistiu-se novamente a uma elevada resiliência das empresas de construção, com maioria dos indicadores setoriais a registarem uma evolução positiva, apesar de todos os constrangimentos que afetaram a atividade económica. Dos diversos indicadores, os destaques principais vão para o crescimento de 9% do emprego assegurado no terceiro trimestre de 2022, nível mais elevado dos últimos 10 anos e para o aumento de 0,8% e 1,1% do investimento em construção e do VAB, respetivamente, nos primeiros nove meses de 2022, todos em termos homólogos.
No segmento da habitação salienta-se a evolução positiva nos principais indicadores em 2022, face ao período homólogo, nomeadamente as variações de +5,4% e 7,6% do nº de alojamentos licenciados em construções novas e do montante de novo crédito à habitação concedido pelas instituições financeiras até outubro.
Tendo em conta a evolução dos indicadores em 2022 e fatores como o nível da procura por habitação, o atual enquadramento das taxas de juro, o aumento da procura por soluções energeticamente mais eficientes e o facto de o vetor da habitação ser o vetor com maior dimensão no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), a previsão para 2023 aponta para uma taxa de crescimento entre 1,5% e 4,5%, a que corresponde um ponto médio de 3,0%, neste segmento, após o aumento de 3,7% estimado para 2022.
No que diz respeito aos edifícios não residenciais a associação estima "um ligeiro crescimento em 2023, que se deverá situar entre 0,2% e 1,2%, em resultado de um cenário de evolução modesta da produção, quer na vertente privada quer na vertente pública".
Já o segmento de engenharia civil é expectado que seja o segmento mais dinâmico em 2023, prevendo-se um crescimento homólogo entre 4% e 6% do seu valor bruto da produção, em resultado dos investimentos previstos no PRR e no Portugal 2020, que se encontra no seu final de ciclo.
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