Portugal entre os principais vencedores

A Comissão Europeia revelou, no passado dia 30 de abril, que o primeiro leilão do banco europeu de H2 selecionou sete projetos que serão apoiados com cerca de 720 M€. Entre os sete projetos escolhidos (de um total de 132 concorrentes de 17 países diferentes), 2 deles são portugueses: um da Galp e outro da Madoquapower2X.
 

O projeto da Galp visa converter o consumo de H2 cinzento na sua refinaria em Sines em H2 verde, tendo a empresa portuguesa assegurado um apoio comunitário de 84,2 M€ (que será canalizado para o seu projeto ao longo de 10 anos). A Galp concorreu requerendo um apoio de 0,39 € por quilograma de H2 verde (estimando a produção total em 216 mil toneladas).
Já o projeto da Madoquapower2X, designado MP2X, concorreu aos apoios solicitando 0,48 € por quilograma (para uma produção total de H2 verde de 511 mil toneladas). Este projeto absorverá o maior apoio deste primeiro leilão promovido pela Comissão Europeia, garantindo mais de 245 M€.
Dos  projetos escolhidos os restantes estão repartidos pelos seguintes países:

  • 3 projetos em Espanha: Catalina, El Alamillo H2 e HYSENCIA com apoios de 230 M€, 24,6 M€ e 8,1 M€, respetivamente;
  • 1 projeto na Finlândia: eNRG Lahti, com um apoio 45,2 M€;
  • 1 projeto na Noruega: SKIGA com um apoio 81,3 M€.

No seu conjunto os sete vencedores projetam produzir 1,58 milhões de toneladas de H2 verde ao longo de uma década, evitando emissões de dióxido de carbono de 10 milhões de toneladas, de acordo com a Comissão Europeia.
Os apoios servem para ajudar os promotores a compensar o facto de que a produção de H2 verde ser ainda mais onerosa hoje do que a produção de H2 convencional (obtido, por exemplo, a partir do gás natural). Por outro lado, possibilitou conhecer o custo de produção praticado por vários países, que se situa entre 5,8 a 13,5 €/kg.

A maioria dos usos indicados para o H2 verde são metanol, refinaria, injeção na rede de gás, mobilidade e, bem assim, a produção de aço, vidro, químicos e fertilizantes.
Os projetos selecionados têm um prazo máximo de cinco anos para começar a produzir.
Bruxelas tenciona ainda lançar um segundo leilão de H2 verde no final deste ano, para o qual já existe um primeiro draft.